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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Milagre do Chile traz lições para todos nós

Nessa semana, o mundo inteiro parou para ver o resgate dos 33 mineiros que, por quase 70 dias, estiveram retidos na mina San Jose, cerca de 623 metros embaixo da terra.

O Daniel e eu ficamos acordados até tarde acompanhando os testes da cápsula Fênix 2 e acordamos mais cedo para assistir ao resgate. Como estávamos em viagem, viemos acompanhando pela internet (via celular) todos os acontecimentos e vibrávamos com o sucesso da operação.

O fato em si já é um milagre, enfatizado e testemunhado por todos os envolvidos e assumido até mesmo pela imprensa que costuma ser cética na maioria das situações.

Porém, o que gostaria de registrar neste texto são as lições que esta experiência pode trazer para a vida de todos nós.

Uma delas está relacionada ao verdadeiro sentido da liderança. Luiz Urzúa, líder do grupo, foi o último a sair da mina, servindo aos seus companheiros liderados até o fim e, assim, dando uma demonstração clara do tipo de liderança ensinada por Cristo quando esteve aqui na Terra. “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10:45)

Além disso, fazendo um paralelo, podemos dizer que aqueles 33 mineiros eram homens perdidos nas trevas que, com suas próprias forças, jamais poderiam sair daquele lugar. Contudo, apesar das adversidades, eles perseveraram na fé, tiveram esperança e, ao saírem da cápsula de resgate, surpreenderam o mundo com seu aspecto, alegria e força.

Assim também somos nós, retidos em um mundo sob muito mais que 700 metros de pecado, que nos separam na luz do mundo (que é Cristo), mas onde ainda existe a esperança. Onde apesar de todos os problemas que enfrentamos, podemos transmitir a alegria por crermos em um futuro melhor, um futuro com esperança. Um futuro quando seremos todos resgatados deste mundo de escuridão, dor e trevas.

E ao falar sobre resgate, o que dizer dos verdadeiros heróis dessa história toda? O que dizer dos homens da equipe de resgate que, além de planejarem, desceram ao fundo da mina para ajudar aqueles trabalhadores, se fazendo como um deles?

Assim também fez Jesus Cristo, que nos garante a Bendita Esperança, ao elaborar o plano da Salvação, tornou-se um de nós, veio até o fundo da mina e deu a sua vida em resgate pela humanidade.

Finalmente, um detalhe simples do resgate apresentou mais uma possibilidade de reflexão: depois de 69 dias com luz artificial e fraca, os mineiros precisaram utilizar óculos escuros para se protegem da luz natural. Pois, se não fosse assim, prejudicariam suas retinas, podendo provocar danos irreversíveis a visão.

Antes de concluir meu pensamento, vou compartilhar algo interessante que li na internet em um blog não cristão: o mito da caverna de Platão. Homens que não saíam da caverna e só enxergavam as sombras, as imagens projetadas na parede: quando um destes homens saiu e descobriu que havia mais no mundo e na vida do que sombras, foi ignorado e acabou sendo morto pelos demais ocupantes na caverna, que preferiram ficar nas sombras.

Nesse mesmo blog, o autor fazia uma citação filosófica que bem pode ser encaixada como lição para nossa vida espiritual. Ele dizia o seguinte: “Interessante que a luz cega, por alguns momentos. Sair das trevas depois de tanto tempo e encontrar a luz causa um impacto, seja ele físico ou psicológico. E por conta deste impacto, uma mudança na concepção de como enxergamos a vida, muitas pessoas preferem permanecer na caverna. Ou no fundo de uma mina. Alguns querem ser resgatados para ver a luz do sol; outros tantos se acomodam com uma situação nas profundezas e não querem saber de resgate, luzes, impactos ou mudanças. Adaptar-se à luz e tudo aquilo que ela pode oferecer em contraposição a sua ausência parece uma escolha simples, mas tente relacionar esta “luz” com o cotidiano e verá muitos que a desejam, mas a maioria prefere continuar verdadeiramente como está: soterrada, apesar de certo padrão de discurso em tom "otimista" - convidados a embarcarem na cápsula, recuam.”

Assim também é a humanidade frente a luz da Verdade que é Cristo. Alguns estão tão acostumados com a penumbra que preferem não sair da caverna. Seu modo de viver está tão adaptado à escuridão do pecado que enfrentar a luz seria difícil demais e acabam optando por ficarem enclusurados, aproveitando os "prazeres" do submundo, enquanto o que Cristo quer dar é incomparávelmente melhor: uma verdade que liberta! Um Novo Céu e uma Nova Terra! Um mundo onde a morte, a dor e o pranto já não existem...

Imagine se um daqueles 33 mineiros se negasse a entrar na cápsula e, por sua conta e riso, optasse por viver ali, enclausurado em meio a escuridão e se abstendo de aproveitar as maravilhas do mundo exterior. Loucura, né?! Pois é exatamente isso que fazemos quando, deliberadamente, optamos por viver a nossa própria maneira, desrespeitando os mandamentos de Deus e abrindo mão da promessa do Pai Celeste que, em breve, voltará para buscar os seus filhinhos.

Tomemos cuidado para que, através de nossas atitudes falhas ou nossa falta de fé não estejamos recusando aceitar o resgate de Cristo. Que você e eu tenhamos pressa para entrar na cápsula de resgate e que estejamos preparados para aceitar a maravilhosa e divina luz da Verdade!

Pensemos nisto.

2 comentários:

Cida Kuntze disse...

Olá Ellen!
Que texto maravilhoso amada.
Gostei muito. Fiquei tão feliz quando esse mineiros foram resgatados, que milagre mesmo.
Que aplicação linda você fez Ellen, nossa...falou muito ao meu coração.
Um beijo e um feliz sábado!

Celina Silva Pereira disse...

Profunda a leitura que fez da realidade. Admiro esse tipo de análise.

Tenha uma ótima semana.

Beijo